No colo dos direitos humanos

“No colo dos direitos humanos.”

Disse Witzel ao se referir onde estão os cadáveres dos jovens mortos pela Polícia Militar do Rio de Janeiro.

Humanos.

Direitos.

Mortos.

“No meio do caminho.”

Diria Drummond sobre a tal pedra da qual nunca se esqueceu.

Humanos.

Direitos.

Mortos.

No meio do caminho.

Nunca se esqueceu.

“O filho pródigo nunca volta.”

Diria a bíblia debaixo do braço do presidente, que nunca a abandona mas ainda assim não sabe pra que serve.

Humanos.

Direitos.

Mortos.

No meio do caminho.

Nunca se esqueceu.

O filho pródigo nunca volta.

Debaixo do braço do presidente.

“Tenho armas escondidas.”

Diria Clarice, em meio à mais uma de suas epifanias e devaneios, se estivesse assistindo ao circo de horrores com seu péssimo hábito de revidar.

Humanos.

Direitos.

Mortos.

No meio do caminho.

Nunca se esqueceu.

O filho pródigo nunca volta.

Debaixo do braço do presidente.

Tenho armas escondidas.

Não disseram mais nada.

Margareth, Dyogo, Henrico, Gabriel, Tiago e Lucas.

Eram humanos. Tinham direitos. Foram mortos. Largados no meio do caminho. Seus pais nunca se esquecerão que o filho executado nunca volta.

Enquanto isso, debaixo do braço do presidente, as armas estão escondidas. Desde o fracasso das capitanias hereditárias.

Que agora sem seus filhos

Não falam mais nada.

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